quarta-feira, 19 de maio de 2010

Natação - Benefícios e Cuidados

Como já foi referido, a natação tem muitos benefícios, não só a nível muscular, como em muitos outros aspectos.

Veja-se o que declarou, numa entrevista, Scott Petrequim, um homem de sessenta anos, que ia todos os dias, às 6h00 da manhã, fazer natação. Não parece muito agradável, pois não? No entanto, ele diz que dar umas quantas braçadas, logo de manhã, lhe dão mais energia, uma sensação de bem-estar e lhe aclaram as ideias para planear as suas tarefas.

E porquê?

Por imensas razões. Uma delas é a diminuição das dores, pois dentro de água o corpo torna-se mais leve (facto explicado pela teoria de Arquimedes sobre a pressão sofrida de baixo para cima). As vértebras descontraem-se, a coluna vertebral e as articulações funcionam mais suavemente e ganham amplitude. Os músculos de postura utilizados para nos mantermos em pé são menos solicitados, o que permite exercitar melhor os outros músculos, descontraindo ao mesmo tempo a região lombar.

Esta leveza e descontracção também são uma protecção contra as lesões musculares e baixam a média cardíaca.

Outra das razões é que, quando estamos dentro de água, a pressão hidrostática dá origem a uma activação da circulação sanguínea. Assim, obtemos uma oxigenação muscular melhor. E um músculo bem irrigado tem um rendimento potencial superior.

Um estudo feito a adultos de meia idade confirma isto. Eram pessoas inactivas em termos de exercício físico e, depois de 12 semanas de treino intenso de natação, tinham o coração a bombear mais sangue a cada batimento, sem elevar a tensão arterial, e a sua absorção de oxigénio aumentara 20%.

A natação também influencia beneficamente a respiração, já que os movimentos executados dentro de água tonificam o diafragma, o músculo essencial da respiração, permitindo uma melhor ventilação pulmonar.

Ao nível dos movimentos executados dentro de água, ainda existem mais dois fenómenos importantes:

· O fenómeno de resistência hidrodinâmica – opõe-se à deslocação e é função da velocidade da deslocação e da superfície deslocada, o que permite graduar os esforços ao executar os movimentos mais ou menos rápidos. É aqui que servem aqueles acessórios que muitas vezes se encontram nas piscina (pranchas, palmas, tubos, flutuadores), pois aumentam a superfície deslocada.

· O fenómeno de auto massagem – a agitação da água à volta do corpo massaja as partes que estiverem imergidas. Quanto mais rápidos forem os movimentos, mais profunda e potente é a massagem.

Mas ainda existem mais aspectos a ter em conta.

Um deles é que a pressão da água tem um efeito de auto - travagem, isto é, evita que o praticante ultrapasse os seus limites, diminuindo assim o risco de ruptura ou de distensão muscular.

Outro é que a sensação de leveza, de descontracção e de liberdade que sentimos dentro de água é um poderoso anti-stress.

Para finalizar, dentro de água o corpo torna-se mais leve, o que permite fazer exercícios atléticos com uma enorme facilidade.

São estas as principais razões que fazem da natação um desporto excepcional.


Mas em todas as belas, há um senão. De facto, a natação não é só um mar de rosas. É preciso que se tenha alguns cuidados.

Primeiro que tudo, tem de se ter em mente que, embora ao praticá-la se exercitem muitos músculos, esta actividade não é a melhor para perder peso, porque nadar poderá estimular o apetite e acabar-se-á por ganhar uns quilos extra.

Embora a natação seja boa contra as lesões, pode existir uma que se verifica entre alguns nadadores: o ombro de nadador. Este problema é causado por um excesso de rotações do ombro (um nadador esforçado pode fazer cerca de 10 000 rotações por semana), principalmente ao nadar crawl, pois muitos respiram sempre do mesmo lado, e ao fazerem isso, estão a obrigar o outro braço a executar um arco maior para atingir a água. Logo, é aconselhável respirar alternadamente de um lado e do outro.

Podem também existir fungos ou bactérias que afectam o ouvido. Essa infecção é provocada por uma imersão prolongada na água, que desfaz a cera protectora do canal auditivo. Os sintomas são geralmente dores nos ouvidos, embora também se possam sentir comichões, perda de audição ou supuração do ouvido. Se se tiver esta infecção, é indispensável uma ida ao médico. O problema pode, contudo, ser evitado, inclinando a cabeça para um dos lados e dando saltos para fazer com que a água saia, depois de praticar natação. Também se pode limpar os ouvidos com cotonetes e álcool, ou usar um preparado de álcool e glicerina. Mas se se considerarem todos estes processos muito trabalhosos, a melhor solução é prevenir-se com tampões para os ouvidos. Os de silicone são oficialmente os melhores, mas há quem diga que os de algodão cobertos com vaselina são mais eficientes, confortáveis e fáceis de usar.

Os desinfectantes usados nas piscinas podem também provocar alergias nas vias respiratórias. Nesses casos há que usar uma mola no nariz, para evitar a entrada de água para as fossas nasais.

Outro cuidado a ter é com a temperatura da água. Se esta estiver muito fria fará com que os nadadores percam muito calor e, como consequência, poderá provocar tensão no sistema cardiovascular. Por outro lado, uma água muito quente inibe a perda de calor do corpo e provoca igualmente tensão no sistema.

Muitas piscinas são mantidas de 26,5º a 28,5º C, o que exige que se façam movimentos rápidos para se conservar a temperatura do corpo. A maior parte das pessoas nada confortavelmente de 27,5º a 30º C. As temperaturas superiores (de 33,5º a 36,5º C), normalmente utilizadas em piscinas terapêuticas destinam-se apenas a movimentos limitados, sendo demasiado elevadas para uma natação rigorosa.

Também se deve ter em conta que as águas das piscinas e oceanos podem ser nocivas para o cabelo, pele e olhos.

Por isso se deve sempre usar óculos, de preferência uns que se ajustem devidamente ao rosto, mas sendo alérgico aos rebordos de borracha, existem outras versões ao dispor. É um erro usar lentes de contacto sem óculos, sejam elas duras ou moles, quando se nada. As duras podem ser levadas pela água, as moles podem ficar contaminadas, e a água da piscina ou de um lago pode extrair-lhes a humidade, fazendo com que se colem aos olhos.

O cobre da água das piscinas pode interferir na cor dos cabelos, tornando-os verdes e o melhor remédio é prevenir, usando toucas. Mas se o mal já está feito, existem champôs especiais.

Para a pele, os agentes agressivos são o cloro das piscinas e o sal do mar, pelo que, depois de nadar, se deve tomar um duche e aplicar um hidratante sobre a pele.

Fonte: http://members.fortunecity.com/rui_nuno_carvalho/natacao.html

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